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24 de maio, dia do telegrafista

A telegrafia, criado em 1843, foi o primeiro meio de comunicação a distância, onde inicialmente era transmitido por fios.

Em 1896 o brasileiro Padre Landel de Moura fez os primeiros testes da telegrafia sem fio por meio de ondas eletromagnéticas. Entretanto foi o italiano Giuseppe Marconi, que também se dedicava a esse invento, foi quem conseguiu patenteá-lo em seu nome.

Já em 1900 as embarcações marítimas receberam tecnologia.

Durante todo o século, de 1900 a 2000, a TSF (telegrafia sem fio) foi o principal meio de comunicação em todo o mundo e apenas no ano de 1999/2000 foi que este meio de comunicação, que vinha sendo utilizada apenas na marinha mercante, foi encerrado.

A figura do profissional radiotelegrafista que já vinha agonizando, encerrou-se definitivamente no final deste século.

Profissionalmente desaparece, mas sobrevive até hoje como grande Hobby dentre os homens da comunicação do “ponto e traço”, mais conhecido como Código Morse.

Os mesmos migraram para o radioamadorismo, onde cultivam tal prática com grande amor e alegria, conversando diuturnamente como lazer, além de estarem aptos a prestarem serviços de utilidade pública em caso de algum tipo de colapso tecnológico/satelital.

Além do mais, esses abnegados e saudosistas não deixam o Código Morse morrer. Muito pelo contrário, sempre formam outros telegrafistas através de ensinamentos práticos aos que desejam conhecer esse meio.

Um meio de comunicação criado no século de 1800, mas sem data para seu fim.

O telegrafista morre, mas o Código Morse não!

Em código morse:

—- “homenagem aos radiotelegrafistas do Brasil e do mundo. Parabéns. py2ms Dary”—-

A radiotelegrafia foi útil até o fim oficial

No final de 1999, os especialistas não tinham dúvidas. Diagnosticavam a aposentadoria do Código Morse em todos os navios do mundo. O setor naval era então o último segmento que ainda fazia uso desse meio de comunicação. Porém, súbito, surgiu a preocupação com o bug do milênio. As empresas ficaram com receio de que pudesse acontecer um colapso total nos computadores e afins no instante da virada do século. Convocaram seus técnicos e começaram a pensar em alternativas. Afinal, poderia ocorrer uma pane total, que emudeceria o país.

No Brasil, uma multinacional recebeu a seguinte orientação da matriz inglesa: “Analisando todos os meios de comunicação, entendemos que a ameaça do bug do milênio pode aniquilar as conexões e transmissões via internet, telefones, fax etc. A única opção que temos é a radiotelegrafia, capaz de manter o contato entre nossas fábricas, munida de baterias, pois não podemos depender também de energia elétrica”.

Nesse contexto emergencial, fui procurado por um emissário da multinacional e contratado para dotar suas fábricas de um sistema de radiotelegrafia tecnicamente capacitado e equipado para dar cobertura às instalações da empresa nas regiões Nordeste, Centro Oeste e Sudoeste. Não foi difícil. Encontrei, dentro do radioamadorismo, vários ex-radiotelegrafistas dispostos a integrar um batalhão eletrônico e enfrentar o tal bug do milênio. Com eles, formamos uma rede de emergência. O QG foi instalado em minha residência, em São Paulo, onde ficamos em contato permanente de 31 de dezembro de 1999 até às 4 horas de 1 de janeiro de 2000. Felizmente, não houve qualquer problema relativo ao bug do milênio e desfizemos o batalhão eletrônico. Detalhe curioso: no dia em que se extinguia do ar (sua paralisação oficial ocorreu no dia 1 de janeiro de 2000), a radiotelegrafia estava ativa, servindo como salvadora da pátria a uma grande multinacional.

 

Por Dary Bonomi Avanzi