A radiotelegrafia foi útil até o fim oficial

No final de 1999, os especialistas não tinham dúvidas. Diagnosticavam a aposentadoria do Código Morse em todos os navios do mundo. O setor naval era então o último segmento que ainda fazia uso desse meio de comunicação. Porém, súbito, surgiu a preocupação com o bug do milênio. As empresas ficaram com receio de que pudesse acontecer um colapso total nos computadores e afins no instante da virada do século. Convocaram seus técnicos e começaram a pensar em alternativas. Afinal, poderia ocorrer uma pane total, que emudeceria o país.

No Brasil, uma multinacional recebeu a seguinte orientação da matriz inglesa: “Analisando todos os meios de comunicação, entendemos que a ameaça do bug do milênio pode aniquilar as conexões e transmissões via internet, telefones, fax etc. A única opção que temos é a radiotelegrafia, capaz de manter o contato entre nossas fábricas, munida de baterias, pois não podemos depender também de energia elétrica”.

Nesse contexto emergencial, fui procurado por um emissário da multinacional e contratado para dotar suas fábricas de um sistema de radiotelegrafia tecnicamente capacitado e equipado para dar cobertura às instalações da empresa nas regiões Nordeste, Centro Oeste e Sudoeste. Não foi difícil. Encontrei, dentro do radioamadorismo, vários ex-radiotelegrafistas dispostos a integrar um batalhão eletrônico e enfrentar o tal bug do milênio. Com eles, formamos uma rede de emergência. O QG foi instalado em minha residência, em São Paulo, onde ficamos em contato permanente de 31 de dezembro de 1999 até às 4 horas de 1 de janeiro de 2000. Felizmente, não houve qualquer problema relativo ao bug do milênio e desfizemos o batalhão eletrônico. Detalhe curioso: no dia em que se extinguia do ar (sua paralisação oficial ocorreu no dia 1 de janeiro de 2000), a radiotelegrafia estava ativa, servindo como salvadora da pátria a uma grande multinacional.

 

Por Dary Bonomi Avanzi 

Entrevista com Dary Bonomi Avanzi – TV ALPHA – MEMÓRIAS BOTUCATU

O Programa faz parte de uma série de entrevistas sobre a História de Botucatu e dos personagens que contribuíram mutuamente para seu progresso e desenvolvimento, neste Programa Memórias de Botucatu 95 Nenê Bueno entrevista Dary Bonomi Avanzi que conta sua história e a trajetória de sua vida quando começou como ferroviário, estudando na Escola de telegrafista em 1958, foi para Presidente Prudente exercer a função de telegrafista participou da inauguração em 1971 da estação de Teodoro Sampaio e a mudança da Sorocabana para Fepasa e como chegou a ser telegrafista do governo fala também sobre a tecnologia e as telecomunicações e os pontos fundamentais como a invenção do código morse por fio em 1840 e a primeira mensagem “O que nos manda Deus?” (Samuel Morse), sobre o telefone de Alexander Graham Bell e a internet e também fala sobre previsões para o futuro das telecomunicações a comunicação por pensamento.

Entrevista com Dary Bonomi Avanzi na TV ALPHA – MEMÓRIAS BOTUCATU programa exibido em 03/04/2014

Dary Bonomi Avanzi é homenageado pela Polícia Militar do Estado de São Paulo

Empresário dedica sua vida ao desenvolvimento das telecomunicações

Dary Bonomi Avanzi é homenageado pela Polícia Militar do Estado de São Paulo

Dary Bonomi Avanzi é homenageado pela Polícia Militar do Estado de São Paulo

Uma vida dedicada às telecomunicações. Assim é Dary Bonomi Avanzi, empresário e diretor geral do Grupo Avanzi, que há mais de 55 anos atua no setor de telecomunicações, dando um exemplo de profissionalismo e paixão pelo que faz. Durante sua vida, acompanhou a evolução da comunicação, passando pelo telégrafo por fio, onde iniciou sua carreira como telegrafista, até a chegada da internet. Devido a todos esses anos de dedicação, no último dia 20 de dezembro, o empresário foi homenageado pela Polícia Militar do Estado de São Paulo, com a medalha “Mérito das Telecomunicações – Coronel Manoel de Jesus Trindade”.

Essa honraria é outorgada a militares, civis e instituições públicas e privadas que tenham prestado relevantes serviços ao CSM/M Tel, à Polícia Militar e ao Estado de São Paulo, contribuindo para o desenvolvimento das telecomunicações na Polícia Militar. Foi exatamente isso o que fez e faz Dary por longos anos, quando atuou na área governamental, integrando a estrutura de comunicação do Palácio Bandeirantes, do governo do estado.

Para ele, esse prêmio é o reconhecimento da dedicação de toda uma vida. “Me sinto orgulhoso em receber essa homenagem. São anos trabalhando em prol do desenvolvimento da telecomunicação e não pretendo parar tão cedo”, afirma Dary Bonomi  Avanzi, que atualmente ministra cursos e treinamentos, além de realizar estudos de viabilidade técnica de radiocomunicação, de computador de bordo e ainda de assuntos ligados à Anatel.

Na visão de Dane Avanzi, filho do empresário, o que mais chama atenção para os anos de trabalho do pai, é o espírito de servir e a capacidade de se atualizar diante dos novos meios de comunicação. “Cresci acompanhando o trabalho desenvolvido pelo meu pai e isso instigou em mim o desejo de também atuar no setor de telecomunicação. Ele tem a capacidade de liderança muito grande. Lidera pelo exemplo”, orgulha-se, Dane.

Sobre o Grupo Avanzi:
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(11) 2101 4080
 
Informações para a imprensa:
InformaMídia Comunicação
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Juliana Colognesi
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DNA e 3 gerações a serviço da telecomunicação

Grupo Avanzi reúne quase 1 século de história e tradição na vanguarda da telecomunicação brasileira

O ferroviário pioneiro Antonio Paulo Bonomi, 94 anos, tio de Dary Bonomi Avanzi – fundador do Grupo Avanzi -, recebeu uma grande homenagem na velha estação de trem de Botucatu, na quinta-feira (18) da semana passada.

Nas festividades que marcaram o início da restauração do local, Bonomi foi surpreendido pelos organizadores do evento ao deparar com a reprodução de sua imagem em tamanho natural, feita a partir de uma foto antiga, no momento em que foi apresentado como símbolo dos antigos ferroviários que dedicaram décadas de sua vida à Estrada de Ferro Sorocabana.

Filho de imigrantes Italianos, Antonio Paulo Bonomi foi combatente na Segunda Guerra Mundial e radiotelegrafista da Sorocabana, entre outras atividades ao longo de sua vida, como a presidência da Ferroviária botucatuense.

Alcançou o topo da carreira como ferroviário ao ocupar a função de Despachador de Trens – um dos postos mais altos e de maior responsabilidade na operação do sistema ferroviário.

Em mais de 30 anos de serviço e com uma carreira repleta de promoções, Bonomi se orgulha de não ter faltado sequer um dia ao trabalho (com exceção de uma licença que o afastou para tratamento médico).

Em duas ocasiões, ao intervir com precisão cirúrgica e mudar a direção das composições, Tio Bonomi – como é chamado pelos sobrinhos – evitou dois acidentes gravíssimos, impedindo o choque de trens e salvando vidas que corriam risco.

Tornou-se personagem heroico ao demonstrar perspicácia e maestria no comando do sistema ferroviário e recebeu elogios por escrito da cúpula da ferrovia, documentos que guarda com carinho até hoje.

Inspirado pelo exemplo de Tio Bonomi, Dary Bonomi Avanzi – ainda adolescente – se encantou com a radiotelegrafia e com a ferrovia, que revolucionaram o mundo no início do século XX, do mesmo modo que a internet viria fazer um século depois.

Naquele tempo, por onde os trilhos abriam caminho, seguia junto o telégrafo com fio (precursor da telefonia fixa), levando informação e conectando as cidades ao longo do traçado da ferrovia. Com a ajuda de seu tio e professor, Dary Bonomi Avanzi ingressou na ferrovia aos 14 anos. A partir dali, deu início a uma vitoriosa carreira em empresas multinacionais e entidades governamentais.

Aposentado, mas inquieto e cheio de ideias, fundou as empresas do Grupo Avanzi, nas quais trabalha até hoje com seus filhos Dane Avanzi e Alexandre Avanzi, auxiliados por um time nota 10 formado por dedicados colaboradores e parceiros.

Esse é o DNA do Grupo Avanzi: um século de história e conhecimento transmitidos ao longo de 3 gerações. Nossa história se confunde com a história das telecomunicações, a respeito da qual ainda escreveremos muitos capítulos, com a ajuda de Deus e de nossos clientes e parceiros.

Estrada de ferro sorocabana: papel decisivo na logística do processo de industrialização brasileiro.

Estrada de ferro sorocabana: papel decisivo na logística do processo de industrialização brasileiro.

O papel histórico da ferrovia

A ferrovia teve um papel decisivo na logística do processo de industrialização, iniciado com Revolução Industrial em 1750. Tal fato, ocorrido em âmbito mundial, revolucionou a comunicação à distância e implementou uma logística capaz de escoar a produção em larga escala e em grande velocidade.

Antes, tudo era transportado em pequenas quantidades no lombo de mulas – aqui no Brasil, pelos tropeiros.

Além do aspecto econômico, a ferrovia teve também um papel destacado no desenvolvimento social e urbano das cidades brasileiras. Nos países avançados, até hoje a ferrovia desempenha papel importante no transporte de cargas e de passageiros, merecendo especial atenção das autoridades que regulamentam e planejam os transportes nos Estados Unidos e Europa.

Infelizmente no Brasil, a ferrovia – que é parte da história nacional – encontra-se mal planejada e subdimensionada em favor de meios de transportes mais caros, como o rodoviário e o aéreo. Relegada a um segundo plano, a memória ferroviária nacional ainda tem seus combatentes e sobreviventes.

E um grande exemplo é Tio Bonomi, membro militante da ONG – Ferroviária de Botucatu, que em parceria com a prefeitura municipal da cidade deu início a um projeto de recuperação do que resta do patrimônio histórico da estação ferroviária local.

Comunicado do Grupo Avanzi aos Clientes

São Paulo, 20 de novembro de 2012.

Um aviso aos clientes do Grupo Avanzi sobre a migração (analógico para digital)  dos Sistemas de Radiocomunicação.

O Grupo Avanzi vem a público esclarecer, com relação à migração de sistemas (analógico para digital), nos termos das resoluções 558, 568 e correlatas, independentemente do prazo previsto em sua outorga os sistemas consignados para operação em modo analógico, ainda que operando em caráter primário, em caso de compartilhamento ou interferência prejudiciais com sistemas digitais, prevalecerá o sistema digital, conforme previsto em lei.

Ainda no que diz respeito à faixa de VHF (Resolução 568), o disposto acima não se aplica para os sistemas analógicos com canais nas faixas 148Mhz/152Mhz, 149Mhz/153Mhz, 164Mhz/169Mhz e 165Mhz/170Mhz até 165,590Mhz/170,190Mhz com largura de banda de 20Khz até o vencimento de suas licenças.

O interesse pela renovação deverá ser manifestado em até 3 anos antes do vencimento das licenças.

Referente à concessão de canais na faixa de UHF, alertamos que serão autorizados somente com modulação digital, conforme determina a resolução 558 da Anatel. O objetivo principal da Anatel com a digitalização do espectro é otimizar sua capacidade, facultando o acesso a maior quantidade de possível de entidades, haja vista o ambiente digital permitir dobrar e em alguns casos triplicar a quantidade de canais.

Dessa forma, alertamos que é de fundamental importância planejar a migração física e jurídica do sistema com o objetivo de evitar a interrupção ou diminuição deste importante recurso.

Sem mais colocamo-nos a disposição para esclarecimentos.

Atenciosamente,

 Avanzi Comércio e Consultoria em Comunicação Ltda.

Dary Bonomi Avanzi

(11) 9.9310-0623 / (11) 9.7181-0086

Dane Avanzi

(11) 9.9300-4752 / (11) 9.7183-3200

Assinatura Grupo Avanzi

Leia o comunicado no website do Grupo Avanzi: http://www.grupoavanzi.com/blog/comunicado-do-grupo-avanzi-aos-clientes.

Grupo Avanzi e os Bandeirantes: Uma História de Sucesso

Hoje 14 de novembro é Dia do Bandeirante. Personagens importantes da História Paulista  e do Brasil, os Bandeirantes tiveram papel decisivo no processo de colonização, ocupação e desenvolvimento de nosso povo.

No início do século XV eles adentraram e desbravaram o Território Brasileiro, dentre muitos feitos, descobriram ouro e diamantes em Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás.

Alguns deles se tornaram célebres e até mesmo enigmáticos, caso do Anhanguera (diabo velho em Tupi Guarani) que ninguém sabe ao certo o nome e a origem.

O fato é que cada uma das bandeiras abriram uma estrada, que levou desenvolvimento e progresso a todos os rincões do país. Como todas partem da Capital de São Paulo, tal qual raios de luz iluminaram e iluminam os destinos do Brasil até hoje.

E até hoje somos, economicamente a locomotiva do Brasil. Uma história de muito trabalho, coragem e determinação. Para lembrar seus nomes basta abrir qualquer mapa rodoviário e lá estarão eles: Fernão Dias, Pedro Taques,  Raposo Tavares, Paschoal Moreira Cabral, Bartholomeu Bueno Filho, dentre muitos outros.

Mais recentemente, no século XX podemos citar o Patrono das Comunicações do Brasil Marechal Candido Rondon, responsável pela instalação de milhares de quilometros de linhas telegráficas nos Estados de Mato Grosso, Goiás e São Paulo.

No entanto, para nós do Grupo Avanzi há um outro Bandeirante, que é para nós o mais importante de todos. Primeiro porque gravou no DNA da empresa vários traços de seu caráter. Me refiro ao Fundador do Grupo Avanzi Dary Bonomi Avanzi, que por uma dessas “coincidências” do destino aniversaria hoje dia 14 de novembro, data dedicada aos Bandeirantes, eterna inspiração para todos aqueles que professam o ofício de interligar idéias e pessoas.

Salve 14 de novembro dia de Dary Bonomi Avanzi, Fundador e Bandeirante do Grupo Avanzi!

Parabéns ao fundador do Grupo Avanzi: Dary Bonomi Avanzi

Parabéns ao fundador do Grupo Avanzi: Dary Bonomi Avanzi.

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Leia o artigo original no website do Grupo Avanzi: http://www.grupoavanzi.com/blog/grupo-avanzi-e-os-bandeirantes-uma-historia-de-sucesso.

Entrevista de Dary Avanzi na Rádio Globo.

No mês de setembro Dary Avanzi, fundador do Grupo Avanzi e do Instituto de Tecnologia Avanzi, deu uma entrevista à Rádio Globo de Presidente Prudente.

Dary Avanzi chegou em Presidente Prudente quando tinha 14 anos de idade, nomeado pelo então governador Jânio Quadros e para trabalhar como (o mais novo) telegrafista da estrada de ferro em Presidente Prudente.

Estudioso do telégrafo desde os 12 anos de idade, Dary Bonomi Avanzi trabalhou com redes de comunicações desde então e, através de sua larga experiência com comunicação, desde o telégrafo por fio, liderou a criação do Grupo Avanzi Telecomunicação, hoje especializada em consultoria em radiocomunicação e serviços de telecomunicação e radiocomunicação.

Na entrevista a seguir, Dary Avanzi ressalta a importância desse meio de comunicação para o avanço do nosso país e o seu papel na história da radiocomunicação brasileira.

A Inauguração do Primeiro Meio de Comunicação de Teodoro Sampaio.

O telégrafo é um sistema concebido para transmitir mensagens de um ponto para outro em grandes distâncias, utilizando códigos para a rápida e confiável transmissão. As mensagens eram transmitidas através de um sistema composto por fios.

Telégrafo é um sistema que foi criado no século XVIII com o objetivo de transmitir mensagens de um ponto para o outro, através de grandes distâncias.

Os telégrafos usavam códigos para que a informação fosse transmitida de forma confiável e rápida. O principal código utilizado pelos telégrafos foi o código Morse, que surgiu com a criação de telégrafo elétrico na década de 1830.

O telégrafo foi o principal sistema de comunicação a longa distância nos séculos XIX e começo do século XX. Foi muito utilizado por indústrias, governos e até mesmo pelas forças armadas de diversos países em momentos de guerra.

Com o surgimento e disseminação do telefone, principalmente na primeira metade do século XX, o telégrafo foi sendo preterido.

Na palestra abaixo Dary Avanzi, fundador do Grupo Avanzi explica a importância do primeiro meio de comunicação da cidade de Teodoro Sampaio e o impacto da implantação desse meio de comunicação para o avanço da cidade.

Uma Aula de Comunicação

Empresário Dary Avanzi descreve em palestra a trajetória da comunicação, do telégrafo a internet
Reportagem: Marcos Barrero

O Presidente do Instituto Avanzi, Dary Bonomi Avanzi, pronunciou uma recente palestra no Clube Galeria, em Teodoro Sampaio, a convite da Etec Nair Luccas Ribeiro e da Secretaria de Cultura da cidade. Profissional experiente e inovador, Dary está à frente de uma empresa de serviços de consultoria na área de radiocomunicação e de prestação de serviços junto a Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações. Um exemplo de longevidade no setor de telecomunicações, Dary passou de um meio de comunicação para outro, partindo do telégrafo – um instrumento indispensável em meados do século passado – até a atualidade, completamente adaptado às transformações produzidas pela internet num mundo de comunicação globalizada.
Em sua carteira de clientes na empresa, o empresário soma mais de 200 empresas apenas no setor sucroalcooleiro e outras empresas, de vários setores, espalhdas pelo país. Iniciou a carreira como telegrafista, ainda menor de idade, na Estrada de Ferro Sorocabana, na qual permaneceu de 1956 a 1976. Em seguida, atuou na área governamental, integrando a estrutura de comunicação do Palácio Bandeirantes, do governo do estado de São Paulo. Dary ministra cursos treinamentos em comunicação, prospecção de sinal e transmissão de dados em rádio. Realiza estudos de viabilidade técnica de radiocomunicação e de computador de bordo. Ao deixar a comunicação do governo estadual, em 1998, ele decidiu se dedicar integralmente à sua empresa. Eis os principais trechos da palestra de Dary Avanzi, organizada pela diretora de Cultura do município, Débora Luz, e o professor João Maria de Souza:

TRAJETÓRIA ATÉ TEODORO SAMPAIO

“Eu estudei em Botucatu de 1956 a 1958. Formei-me telegrafista. Logo arrumei emprego e fui nomeado para trabalhar na cidade Presidente Prudente em 1958. A cidade funcionava como sede. Ali, os telegrafistas eram concentrados e “exportados” para outros lugares, conforme a necessidade. Ausências, férias, licenças médicas. Cheguei a Teodoro Sampaio em 1960. Vim substituir a pessoa encarregada da estação quando a ferrovia estava em construção. Era 1960 e havia eleição para Presidente da República. Como eu era menor idade e não votava, vim de jipe para assumir o posto por três dias, liberando o chefe de estação, Bueno Arruda, para comparecer às urnas em Presidente Prudente. Esse detalhe desfaz um engano histórico: a ferrovia não foi inaugurada em 1960, como querem alguns, mas sim em 1961, ano seguinte à minha chegada a bordo de um jipe, por rodovia, pelos cortes por onde se abriam os sulcos pelas quais passariam os trilhos”.

TELEGRAFISTA MAIS NOVO

“Fui o telegrafista mais novo da ferrovia. Os ferroviários mais velhos brincavam quando chegava um funcionários novo. Me disseram na apresentação a outros colegas: ‘Esse é o Dary, chegou agora e vai se aposentar em 1988’. A gente olhava no tempo e pensava: ‘Será que eu chego lá’. Era uma brincadeira e parecia muito distante. Quando falamos em 50 anos, parece algo muito distante. Ao alcançar o marco, parece que tudo aconteceu antes. Faz 52 anos que eu estive aqui, no começo do ferrovia. Lembro alguns nomes até hoje. O chefe da estação se chamava”.

A INAUGURAÇÃO DA ESTAÇÃO DE TEODORO

“Lembro que a caminhada era longa da estação até o centro. Não sei a população na época. Não era município. Em 1961, a chegada do primeiro trem teve festividades e foi preciso requisitar os serviços da banda de Presidente Venceslau. Eu fui testemunha ocular da história: participei da inauguração de uma estaçãozinha na região, chamada Washington Luís, e, em seguida, peguei um trem que me trouxe para o evento em Teodoro Sampaio. Saí numa foto, na janela de uma casinha perto do local das comemorações. Guardo o retrato até hoje, muito apagado. Permaneci em Teodoro uns 40 minutos e depois segui de trem para Presidente Prudente”.

O PRIMEIRO TELÉGRAFO DA CIDADE

““Com o telégrafo, Teodoro Sampaio – sem telefone e sem rádio – não era mais incomunicável. O primeiro aparelho de Teodoro Sampaio é igual ao modelo pioneiro, criado em 1840. Só foi extinto nas ferrovias entre 1978 e 1980. Ou seja, ele foi utilizado durante 140 anos. Surgiu coisa nova depois , criaram outro? O que veio depois, por fruto do acaso, foi o telefone. O inventor Gran Bell e um assistente faziam teste de melhoria do próprio telégrafo quando se ouviu uma voz, do outro lado. As pesquisas seguintes culminaram no novo meio de comunicação em 1876. Com as ondas eletromagnéticas, descobertas por Marconi em 1892, veio a telegrafia sem fio, ligando grandes distâncias e servindo sobretudo o contato com navios. Demorava-se anos e anos para passar de uma tecnologia para outra, ao contrário de hoje, em que as transformações são rápidas. Veja-se o exemplo do celular: em meses, um lançamento supera outro nas lojas ”.

O TELEGRAMA

“Lembro-me bem que vim para Teodoro Sampaio como guardião e protetor do patrimônio da ferrovia. Fiquei de plantão para qualquer emergência, para receber ou enviar um telegrama. Eis um meio de comunicação que desapareceu. O que era um telegrama? Uma forma de mandar uma mensagem, por escrito, via ferrovia, para outra pessoa. Era o único meio de comunicação, não havia outro. O interessado comparecia ao setor de telegrafia da estação de trem e ditava a mensagem ao telegrafista. A correspondência podia ser de qualquer gênero – fosse um aviso de morte, de casamento ou de visita à mãe distante. A mensagem, digitada no telégrafo, seguia de forma indireta. Por exemplo: remetida de Teodoro Sampaio, ia para Presidente Prudente e, de lá, para São Paulo. Na capital paulista, a correspondência era encaminhada aos Correios, via teletipo, e por fim remetida ao Rio de Janeiro, o destino final. A pessoa recebia o telegrama em casa. Como era ele? Um papel, em geral grampeado, com a mensagem escrita por dentro. O comércio, os bancos, a polícia – todos se comunicavam via telegrama. O Bradesco, toda tarde, levava as ordens de pagamento. Desde o comerciante, solicitando à fábrica Cica o envio de nova remessa de goiabada, até recados de amor, a respeito dos quais mantínhamos total sigilo. Havia atrasos, principalmente se o telegrama vinha de longe. No caso de falecimento, com um texto dizendo “venha depressa, mamãe morreu”, estes tinham prioridade .

O TELETIPO

“Veio, então, o teletipo. Consistia numa fita que saía escrita e era colada no papel. A transmissão ocorria por fio, num raio de 300 quilômetros, no máximo. Qualquer alteração climática alterava e truncava o texto. Enquanto perduravam os defeitos, os telegramas nesses trechos seguiam pelo telégrafo, que era o meio de redundância . Criou-se, em seguida, o teletipo por ondas eletromagnéticas, via rádio. Melhorou muito. Nos anos 1950, chegou o telex, que teve vida curta. Até 1965, o cidadão ia pela manhã até uma central telefônica para fazer uma ligação e ouvia da atendente que tinha que voltar à tarde, quando chegaria sua vez. Mesmo que a pessoa tivesse uma linha e o aparelho em casa, era preciso pedir uma ligação, que demorava de acordo com a distância. Vinte anos depois, apareceu o DDD – Discagem Direta à Distância, novidade no Brasil lançada no estado do Paraná. O DDI – Discagem Direta Internacional – foi inaugurado no país na cidade paranaense de Maringá”.

DO RÁDIO A INTERNET

“Em 1892, o físico italiano Guglielmo Marconi, avançando nas pesquisas feitas por Hertz – o inventor das ondas eletromagnéticas – descobriu que era possível transmitir sinais à distância com antenas sem fios. Fez vários experimentos, com aparelhos rudimentares, e viu que, quanto mais subia a antena, maior distância alcançava. Logo, Marconi obteve a primeira patente para o invento, que recebeu o nome de radiotelegrafia. Ou seja, telégrafo sem fio. Aperfeiçoou seu invento e, no princípio do século XX, criou um emissor que produziu uma onda regular contínua e foi possível transmitir os sinais em código Morse. Em1906, o americano Lee De Forest criou a válvula elétrica, melhorando o som transmitido. Permitiu a utilização das ondas eletromagnéticas propagando informações sonoras. A partir daí, começaram as transmissões radiofônicas. A radiofonia surgiu da radiotelegrafia de Marconi. No Brasil, a comunicação pública por rádio, pelo sistema de ondas AM – Amplitude Modulada – surgiu em 1923. A primeira emissora brasileira foi a Rádio Sociedade, do Rio de Janeiro.

O advento do AM foi fundamental para a implantação da radiocomunicação no país, sobretudo na zona rural. Era o chamado rádio falado, usado para estabelecer uma conversa, um diálogo entre dois pontos distantes. Os fazendeiros falavam entre si através do novo meio, trocando informações e fazendo negócios. Em 1967, o SSB – um novo sistema de comunicação via rádio, de viva voz – revolucionou este tipo de comunicação privada. Deste modo, as empresas, as fazendas foram adotando o rádio e abandonando a telegrafia. O motivo era simples: a telegrafia exigia um profissional com domínio de uma linguagem e uma técnica, enquanto o rádio dispensava qualquer preparo ou estudo. Bastava ligar o aparelho e falar. O passo seguinte foi a instalação do telefone nas cidades e nas zonas rurais próximas. Na década de 1990, enfim chegou o celular. Em 1998, houve a explosão e a popularização dos computadores, em suas várias formas e recursos, dando vida a essa extraordinária rede chamada internet”.

O CÓDIGO MORSE

“Todo recurso de comunicação tem o Código Morse na origem. Até no celular temos transmissões em Morse. Meu aparelho, por exemplo, no instante em que chama, fornece o telefone de quem ligou na forma do código. Ele foi extinto, pois hoje em dia não comportaria as baldeações , ele só é rápido quando de ponto a ponto , A internet superou tudo isso, com o envio de mensagem on line, da minha mesa para outra mesa, localizada em qualquer parte do mundo. Por enquanto. Daqui a alguns anos, vão lembrar que as pessoas ficavam diante de uma tela e enviavam mensagens, digitavam, tinham que startar, abrir o e-mail para ler a correspondência. O que vai acontecer lá na frente? Uma pessoa vai pensar e a outra vai receber a mensagem. Em 1990, ninguém acreditava que o celular era possível. As futuras gerações vão rir de nós”.

AGONIA DO TREM

“A tecnologia evolui muito, mas a ferrovia retrocedeu. Me sinto decepcionado quando me aproximo de uma ferrovia. Aliás, extinguiram a ferrovia. O ramal de Dourados era algo fantástico, uma iniciativa do governador de então, Adhemar Pereira de Barros. O ramal estagnou e, com a decadência desse meio de transporte, os trilhos foram arrancados, frustrando os entusiastas do trem. Acabaram com a esperança. Em tom de piada, dizem que tudo começou no governo JK – de Juscelino Kubitscheck. Ao assumir a presidência da República, em 1960, ele teria recebido dois empresários, um alemão e um americano. A dupla lhe fez a proposta de instalar a indústria automobilística no Brasil. JK topou, mas eles disseram: “Só que tem uma coisa.. ”. E JK, esperto, entendeu: “Eu sei do que se trata…” Era a ferrovia atravancando o caminho do carro. E, a partir de então, a política oficial do governo brasileiro privilegiou o automóvel em detrimento do trem como meio de transporte”.

BUG DO MILÊNIO

“A rigor, toda a comunicação eletrônica atual está presa aos satélites e está sujeita a riscos. Pode ser extinta em um minuto. Se um louco ou mal intencionado, de posse de equipamentos sofisticados, bombardear o sistema de satélites que gravita em torno da terra, ficaremos sem comunicação. Some tudo: radiocomunicação, telefonia, internet, rádio e TV, entre outros meios. Apenas a telegrafia pode sobreviver em uma situação parecida com essa. Não foi a toa que, por ocasião do bug do milênio, na passagem do século, de 1999 para 2000, minha empresa foi contratada por um grupo multinacional, instalado no Brasil, para montar um sistema de rádio em todas as suas fábricas no Brasil, por precaução. Montamos um sistema muito grande, que funcionou de 31 de dezembro de 1999 a 1 de janeiro de 2000. Felizmente, nada aconteceu e o sistema foi desativado em seguida”.